segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Noite

Noite.
Paredes brancas dividem o aqui dentro e o lá fora;
Aqui desfila um coração confuso e assustado
Fora um vento teimoso mexe com as árvores

O vento quer secar minhas lágrimas
Mas não poderá dissolver para sempre
A imagem de um certo par de olhos negros.

A mão que ora desliza pelo papel
É o reflexo da alma aflita que comanda
Ambas – mão e alma – carecem outras mãos

Que inda ontem as afagaram
E plantaram esperança.
Mas em seguida desapareceram
Num aceno sem sentido

É difícil aceitar
Que um tão agradável sonho de amor
Se tenha transformado
Numa noite solitária de ventania.

O vento é por demais indiferente
Não me serve de companhia.Meu amor é bem mais exigente

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