domingo, 12 de fevereiro de 2012

Moderno

Eu li o mundo,
mudo.
Milhões de sílabas
esquecidas.
Não havia vozes capazes de dizê-las.

Eu li, mudo,
às secretas confissões
dos seres silábicos.

Dores de parto sufocadas,
gemidos de agonizantes aplacados.
Todos os relógios do planeta parados
à espera da espera.

E formigas amontoadas
ziguezagueando atônitas,
rindo, sorvendo uma vida
sem vida.

As palavras já não servem,
a poesia não serve,
tampouco a música se aproveita.
A música emudeceu também.

Quem tem olhos para ver, tape-os.

Um comentário:

  1. lindo poema... Nesse Moderno Mundo, o silencio e a paixão são deixados no tempo! O tempo acontece no silencio de cada um ! Eu gosto de vir aqui e ler seus versos, continue juntando as silenciosas palavras e transforme-as numa bela canção pra nos dá alegrias nesse mundo moderno de poetas como voce.....abraçossssssssss

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