Quisera compor um poema
em que coubesse exatamente
o inusitado, a surpresa
do meu olhar encontrando o teu.
Contudo, quando se trata de olhares,
de surpresas boas e outros sabores,
palavras ficam tímidas, revelam-se
limitadas para exprimir o arfar do peito.
Eu poderia apenas dizer que se tratava
de uma manhã chuvosa de domingo
em que nos apertamos as mãos cordialmente.
Por certo narraria o fato em si.
Tal narrativa, porém, encobriria algo
mais fundamental que qualquer "fato em si"
a sensação inédita de terem meus olhos
encontrado outros há muito procurados.
Abençoada manhã chuvosa de domingo!
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