Contar
os anos, os meses, os dias. Talvez ir além e tentar descobrir quantas vezes o
meu coração bateu nesses trinta e oito anos de atividade biológica de meu corpo
físico.
Enfim,
há tantos números que possam dar uma idéia mais ou menos aproximada do que
significou e significa ser Eu imerso nessa realidade chamada vida física.
Mas
nenhum exercício de álgebra jamais poderá calcular as alegrias, as tristezas,
as conquistas e derrotas, as decepções e surpresas, as lágrimas e os sorrisos.
Por um motivo muito simples: ser não é nada matemático, não há nada de exato e
plenamente mensurável em tudo o que vivi nesses trinta e oito longos anos.
Não
vou fazer um balanço, primeiramente por que balanço dá aquela sensação de
encerramento de atividades, de “fechamento de firma”. Quem faz balanço
normalmente busca apurar algum ganho ou detectar perdas, por o lucro no bolso e
partir. E eu, definitivamente, não estou nem um pouco a fim de partir ainda.
Não
dizem que antes de morrer um homem precisa ter um filho, escrever um livro e
plantar uma árvore? Pois eu ainda estou devendo à vida o livro e o filho. Portanto,
nada de balanço ainda. Nada de encerramento de atividades.
Em
segundo lugar, não vou fazer balanço porque isso implica ficar remexendo coisas
velhas, olhando demais para o passado e julgando-me a mim mesmo e às situações
pelas quais passei. Taí outra coisa que não estou disposto a fazer: ficar
olhando para trás. Meu objetivo é olhar cada vez mais para frente, desbravar
cada novo dia que o meu Pai me der de presente.
Claro
que eu jamais desprezo as experiências do ontem. Elas forjaram muito do meu caráter
e me norteiam, sobretudo para que eu não repita erros já cometidos. Afinal,
está na hora de cometer erros novos! Mas tenho uma opinião sobre o passado: se
ele não pode ser alterado, posso escolher o que dele me aproveita, sem
demorar-me muito na sua avaliação. Basta uma olhada rápida, pinçar alguma coisa
que funcionou lá e pronto!, voltemos ao presente.
Portanto,
depois desses trinta e oito anos em que eu estou Ronaldo Silva, só uma coisa me
interessa: planejar com responsabilidade os próximos trinta e oito, caminhar
firme e alegre na direção de todas as experiências que me esperam em cada
janeiro, fevereiro, março ou dezembro que me aguardam pela frente.
Mas,
e se eles não chegarem? Se amanhã essa história se interromper?
Aí,
vou contar um segredinho pra vocês: não há interrupção! A vida simplesmente
segue, seja aqui, seja do outro lado.
Hoje
estou aqui, estou Ronaldo. Amanhã, posso estar noutra família, noutro país, noutro
planeta, noutra galáxia. Apenas saibam que eu estarei, sempre, em algum lugar,
completando trinta e oito anos infinitas vezes, e sempre olhando para frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário