Sim, esse meu coração
atrofiado, ressabiado,
já foi acordado
pela doce melodia.
Um dia,
numa data perdida
entre o fim da infância
e o início da vida adulta
eu amei ardorosamente.
Essa é a mais pujante lembrança
que me abrirá a consciência
quando eu penetrar a outra vida.
Eu amei inesquecivelmente.
E como todo amante real
eu ri, chorei, suei frio,
senti o corpo se arrepiar e tremer,
o sangue circular forte.
Nem sempre eu fui essa palmeira
solitária na praia de mim mesmo.
Essa palmeira balançada
pelo vento besta do não-amor.
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