Quando criança
eu desejava ser santo.
Tanta coisa eu desejava
quando menino!
Santo parecia nobre,
era fabuloso
sonhar sê-lo
ainda que mutilasse
e mesmo que eu não soubesse
todas as implicações
de ser santo.
Por ser o santo de barro
eu inda não sabia
que havia corrido sangue
nas suas santas veias.
Hoje eu sei duramente
que santo, em verdade,
não nasce santo.